ENTRENANDO BRIGADAS DESDE 1984

[Joao Castro de Souza]

Desde 1984 iniciamos nossa carreira de bombeiros e a partir de 1992 começamos a treinar brigadas de incêndios e bombeiros.

Em 2003 iniciamos um programa de formação de brigada de incêndio com alto desempenho. A IT-17 e NBR& 14276, que tratam do assunto prevê o mínimo de formação. As brigadas possuem complexidades diversas e atuam em plantas distintas. O programa é dividido em brigada básica, intermediaria e avançada. Os treinamentos previstos são para todos os componentes da brigada o que inviabiliza o investimento e na maioria das vezes o custo é maior do que o benefício. Assim, á época treinávamos todos os componentes da brigada com programas estabelecido na IT-17 e em especial um grupo selecionado da Brigada com perfil para atividade de bombeiros.

Assim, estes grupos eram apoio dos bombeiros das plantas e recebiam treinamento continuado da equipe de bombeiro de plantão, mantendo toda a equipe capacitada e integrada para intervenções de emergência específica de cada planta. Com isto ampliamos a segurança e qualidade na atividade de bombeiros. Os que se destacavam no programa participavam de cursos externos de formação de bombeiro e eram promovidos. Desta maneira mantínhamos nossa equipe de bombeiros com profissionais desenvolvidos para nossa realidade. Livre de desvios e vícios.

Todo ano era realizada uma competição das equipes de brigada avançada e premiávamos os vencedores. Os bombeiros de cada planta eram responsáveis por treinar a equipe para este evento. Assim, mantínhamos as equipes de bombeiros motivadas e buscando a excelência. Hoje muitos dos participantes deste programa, são excelentes profissionais de segurança. Esperamos que as normas e IT evoluam para estes programas e abandone as brigadas tradicionais que custam muito e produzem resultados ínfimos. A IT 17 de 2018 já trouxe alguns itens neste sentido o que é um avanço. Hoje a brigada de condomínio pode apenas ser EAD, e as brigadas de riscos baixas treinamentos de 4 horas com pratica na planta. As brigadas intermediarias em algumas plantas de riscos médio são trenadas nas plantas e 4 brigadistas são treinados em campo. Com este modelo reduz custos e as empresas podem viabilizar um treinamento das brigadas. Precisamos evolui em leis estabelecendo que o responsável técnico escolhe o programa e após análise de risco desenvolve o programa de alto desempenho para brigada de incêndio.

Não tem como em uma norma prevê como deve ser formada a brigada. A norma deve prevê o mínimo e o profissional legalmente habilitado tem autonomia para aplicar ou não de acordo com sua experiência, vivencia e formação técnica. Pois ele é o responsável. As brigadas devem ser formadas por desempenho (artigo Coronel Negrisollo). Sendo que não pode se dimensionar brigada de incêndios apenas utilizando referencias como: tempo resposta do Corpo de Bombeiros; área construída; altura da planta; quantidade de publico permanente e flutuante; carga incêndio. Devemos utilizar critérios mais confiáveis e agregar nestas referencia. Somar todas as variáveis e após organizar e planejar a capacitação de acordo com o resultado obtido no diagnóstico e análise de riscos realizada pelo profissional legalmente habilitado.

Uma brigada de alto desempenho é dimensionada e treinada para atuar na operação das medidas de segurança contra incêndios e nas emergências específica para cada planta. Dizer que apenas treinando em simuladores padronizados em instalações de acordo com a NBR 14277, é manter as brigadas sem eficiência. A capacitação deve atender aos riscos e necessidades da planta que o profissional legalmente habilitado, que responde pela planta, identificou em sua análise e diagnóstico. Hoje, temos que evoluir e abandonar a cultura que um grupo de sabidos que confeccionam as normas são na verdade ser notório do saber para defender que o que está posto em norma deve será seguido.  Este processo é autocrático e não contribui para evolução da formação das brigadas de incêndios com alto desempenho.  O profissional legalmente é que responde assim, este deve ter autonomia para aplicar o programa que defende como mais adequado.

 

 

João Castro

Tenente QOE-R Corpo de Bombeiros de São Paulo

Idealizador deste programa desde 1994

brigadaconsultoria.com.br

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